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O Campismo no Brasil
O campismo organizado surgiu com a fundação do Camping Clube do Brasil em 1966, iniciativa de um grupo de jovens liderado pelo arquiteto Ricardo Menescal, adepto do que veio modernamente a se chamar de ?trekking? e do camping selvagem.
O campismo teve um forte crescimento na década de 70 chegando a 1 milhão de pernoites/ano somente nos campings do CCB.
A crise do petróleo, o crescimento da inflação achatando os orçamentos da classe média, base da clientela dos campings, promoveram um declínio na prática do campismo. Essa queda se acentuou na década de 90 em decorrência de novas opções de viagens, da precariedade da malha rodoviária e da segurança.
O número de campings organizados, que em 1980 era de 370, segundo o Guia Quatro Rodas, atingiu seu maior número em 1992 com 732 e nos anos seguintes, foi decrescendo até atingir 244 em 98. Estima-se que atualmente existam 350. Em 1965, com a criação da Turiscar, fabricante de trailers e motorhomes com tecnologia alemã da Knaus surgiu uma florescente indústria de veículos de recreio. Mais tarde instalou-se no Brasil a Karmann-Guia produzindo principalmente trailers. E foram surgindo várias outras, concentradas principalmente em Novo Hamburgo (RS). Essa iniciativa ajudou a promover o hábito de acampar, ainda pouco difundido e dependendo de poucas áreas de camping organizadas. Nas décadas de 70/80 somente um dos fabricantes, a Turiscar, chegou a fabricar uma média de 20 trailers/mês. Para se ter uma idéia comparativa, o 5º fabricante americano produz 75 veículos de recreio por semana. A produção da indústria brasileira de VRs em 1975 atingiu 130 veículos/mês, e declinou em 1996 para 5, encontrando-se hoje em uma situação de recuperação limitada.
O declínio da atividade levou ao fechamento de várias indústrias de barracas, de veículos de recreio e de equipamentos. Marcos significativos dessa desaceleração da atividade foram o fechamento da Karmann-Guia em 1995 e, em 2000, da Turiscar, a mais antiga e completa indústria de veículos de recreio. A produção total dos fabricantes de veículos de recreio em 2000 foi de menos de 100 veículos.
A importação de equipamentos provocou o fechamento de vários fabricantes de barracas e equipamentos. Hoje restaram apenas 5 fabricantes de veículos de recreio, 2 indústrias mais representativas de barracas, mochilas e equipamentos, pequenas fábricas de carretas e equipamentos, e aumentou a importação de produtos para turismo-aventura e camping.
Entretanto, a ?onda verde? que varre o mundo, e se intensifica no Brasil, faz do ecoturismo o segmento que mais aumenta entre as várias formas de turismo ? 19 % ao ano.
Essa onda se reflete nas atividades de camping, na busca por uma forma alternativa de hospedagem, que oferece maior contato com a natureza. Recentes entrevistas com campistas mostram que o preço não é o principal fator motivacional, como pode se supor. Fazer camping é um estilo de vida. Os primeiros motivos são o convívio informal entre as pessoas, o que não é proporcionado por outras formas de hospedagem, a convivência mais íntima da família e o contato com a natureza. O preço aparece como fator mais significativo no segmento de estudantes.
No final dos anos 90 a curva de atividade do campismo chegou ao seu ponto mais baixo, mas a partir do início de 2000 nota-se uma mudança de inflexão e progressivo crescimento, que vem se refletindo na venda de barracas e equipamentos.
O setor de campismo sempre foi desestruturado e sem articulação. Tem se desenvolvido ao ?sabor dos ventos? sem qualquer organização. Existem apenas duas entidades de classe, uma de campings e pousadas (ABCP - Associação Brasileira de Campings e Pousadas), e outra que representa o setor como um todo (ABRACAMPING ? Associação Brasileira de Campismo), ambas ainda com limitada representatividade.
Como em outras atividades, o perfil do campista mudou. Ele busca maior contato com a natureza, mas não abdica de conforto, limpeza, atividades de lazer e segurança. Os campings, com honrosas exceções, não se equiparam para a nova realidade, em parte pela queda da atividade, não justificando novos investimentos mas, também, pela falta de formação do empreendedor para se adequar às necessidades do seu consumidor, como tem ocorrido em outros negócios.
Segundo o Camping Clube do Brasil, a frequência de seus campings é de 80 % de barracas e 2 a 4 % de motorhomes, dado que pode ser considerado válido para as demais áreas de acampamento. A faixa etária dos campistas entre 36/50 anos é de 63 %, sendo 53 % com escolaridade superior e 30 % com nível médio; renda familiar acima de 10 SM; a frequência de casais é 85 %.
A demanda, especialmente de jovens, nos pontos turísticos mais procurados, tem levado ao surgimento de áreas de acampamento sem a menor organização, condições mínimas de limpeza e que promovem flagrante degradação do meio ambiente. Entretanto, não existe qualquer material de orientação ou curso de formação profissional que possa orientar não só empreendedores mas também autoridades locais, sobre a instalação de campings organizados e preservação do meio ambiente nesses locais.
A tendência de aumento das atividades de camping é um fato mundial irreversível, e que já começa a se refletir no país. Enquanto estimamos que este ano existam aproximadamente 350 campings organizados no Brasil, só na França existem 9.000 e nos EUA mais de 16.000, o que comprova que acampar não é uma opção de custo de viagem mas de estilo de vida. Ainda nos EUA, em áreas preservadas pelo US Corps of Engineers existem 53.000 locais para ?camping selvagem?. Somente em um dos países europeus ? Espanha ? 5.2 milhões de pessoas hospedaram-se em campings em 2000, sendo 3.4 milhões campistas espanhóis. É preciso ressaltar que o alto índice de urbanização na Europa não oferece as opções de natureza do Brasil, Estados Unidos ou Canadá e, mesmo assim, o campismo continua a crescer.
No Brasil há um campo fértil para o crescimento dessa atividade, especialmente para turistas estrangeiros que buscam novas destinações ecoturísticas pouco exploradas e atraentes. Apesar de promoção ainda limitada, circulam pelo país ecoturistas estrangeiros, especialmente europeus, com suas mochilas e barracas. Argentinos e uruguaios, habituados a acampar em seus países, têm frequentado os campings do Sul, sendo que varios, com trailers e motorhomes.
Bela dica, Um bom site
ResponderExcluirVoadores
Amei a leitura. Pena que muita gente ache que acampar é apenas uma opçào mais barata, o que nem sempre é, pois acampar é sentir a liberdade junto a natureza. Estamos contando os dias para Monte Verde!!!!
ResponderExcluirPois é Paula, eu acampo a pouco tempo apesar de sempre ter tido vontade, cada vez mais procuro pelo assunto e vejo que o turismo acampando não é reconhecido aqui no Brasil, nem mesmo pelo pessoal profissional da área, uma pena, é preciso mudar esse pensamento preconceituoso de que acampar é coisa ligada ao improviso e à bagunça.Monte Verde já está na minha lista de lugares, mas agora no fim de ano vou para a serra Gaúcha, experimentar meus novos equipamentos e como minha Band se comporta na estrada.Abraços e obrigada pela visita!
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