sábado, 27 de outubro de 2012

Estrada Paraty-Cunha trecho RJ será asfaltado

Última chance para os que gostam de uma boa estada de terra aproveitarem a estrada Paraty-Cunha. Foi autorizada a pavimentação do trecho RJ.
 
 
 Fizemos a trilha em janeiro de 2012 e fico pensando nos impactos ambientais naquela região. No trecho SP, já asfaltado, havia toda uma estrutura turística bem montada e a consequente destruição das matas no entorno, já  no trecho RJ, até mesmo pela dificuldade de acesso devido à falta de asfaltamento, a natureza ainda estava bem preservada e eram poucos os moradores do local. Então, fica a questão em  como preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável da região...
 
 
 
Quem quiser saber mais um pouco, segue a notícia de:
 
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Obras na Estrada Paraty-Cunha devem começar ainda este mês

 
Pavimentação de trecho dentro de parque custará R$ 56 milhões

 
RIO - Depois de 29 anos de entraves, o Ibama concedeu, na última quinta-feira, a licença de instalação (LI) para as obras de pavimentação de trecho de 9,4km da Estrada Paraty-Cunha, que corta o Parque Nacional da Serra da Bocaina, na Costa Verde Fluminense. A notícia foi divulgada no sábado, em primeira mão, pela coluna de Ancelmo Gois, do GLOBO. De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), as obras devem começar ainda este mês e terão duração de oito meses. Mas o presidente do órgão, Henrique Ribeiro, não descarta que haja atraso para a conclusão das intervenções, por causa do período das chuvas.
- Estamos analisando todos os pedidos que o Ibama pôs na licença. A licitação já foi feita, e as obras estão orçadas em R$ 56 milhões. Mas é uma intervenção complicada, pois a região tem alto índice pluviométrico e áreas sujeitas a desmoronamento. Ainda assim, acredito que as obras comecem ainda este mês - afirmou Ribeiro, que comemorou a concessão da licença. - O primeiro embargo desta obra aconteceu em 1983. É uma ação muito importante para aumentar o fluxo de turistas para a Costa Verde.
Roedor raro habita parque
O processo de intervenção no trecho da RJ-165 vem sendo marcado por polêmicas. No ano passado, um grupo do Laboratório de Zoologia de Vertebrados da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) diagnosticou a existência de 31 espécies de mamíferos na Serra da Bocaina, entre elas duas espécies de morcegos que, de acordo com biólogos, são um indicativo de que aquela região é muito bem preservada. A equipe também cruzou com onças pardas e com um raro roedor nas proximidades da rodovia: o rato-toupeira (Blarinomys breviceps), de apenas 97 milímetros de comprimento e 22 gramas, capturado por biólogos depois de ser considerado presumivelmente extinto no livro vermelho de espécies ameaçadas do Estado do Rio.
Coordenador de fauna dos estudos da área, o biólogo Oscar Rocha Barbosa, da Uerj, disse, no entanto, que as obras de pavimentação da estrada não vão afetar o roedor. Ele acrescentou que serão construídas "zoopassagens" - corredores exclusivos para a travessia de animais - ao longo da estrada-parque para evitar acidentes:
- Estas zoopassagens vão minimizar a possibilidade de atropelamentos. Estas estruturas podem ser subterrâneas ou aéreas, com a conexão entre árvores. Nossos estudos apontam que a comunidade de ratos-toupeira está a 300 metros da estrada, e por esse motivo, eles não correm risco de serem atropelados.
Mesmo com o ponto final nos imbróglios ambientais, o DER terá que seguir uma série de condições para não ter a licença invalidada. Uma delas é apresentar o primeiro relatório de acompanhamento de obras e da execução de programas ambientais em 90 dias. Outra condicionante é o licenciamento das áreas que vão receber os resíduos das obras.
Um dos mais antigos defensores da pavimentação da estrada, o comendador Antonio Conti, de 83 anos, morador de Paraty, ressaltou que a intervenção vai reduzir o tempo de viagem entre a cidade costeira fluminense e municípios do Sul de Minas em cerca de duas horas.
- Hoje, o cidadão de Paraty que quer ir ao Sul de Minas gasta 4 horas, via Ubatuba. A obra vai encurtar distâncias e tirar a nossa bela cidade do isolamento. Sempre fui um defensor da pavimentação. A estrada será também uma importante via de escape em caso de um possível acidente nuclear em Angra - disse Conti.
Antiga Estrada Real
O trecho entre Paraty e Cunha, com 47km, já fez parte da chamada Estrada Real, por onde passavam o ouro e os diamantes vindos de Minas Gerais para o porto de Paraty, com destino a Portugal, na época do Brasil Colônia. A via foi construída por escravos entre os séculos XVII e XIX, a partir de trilhas de índios locais.
A beleza natural é um dos atrativos da estrada, que faz parte da lista de roteiros mais procurados por turistas. Apenas o trecho que passa dentro do parque, de 9,4km, não é pavimentado e já foi interditado várias vezes em decorrências de deslizamentos de terra.
 
 
 
 




 

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